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Sunday, February 22, 2009

O que falam do Narlan

Jorge Amado disse que ele eh um grande jovem poeta
Ele ganhou o premio Xerox de Literatura brasileira com Acampamento das Sombras.
E foi convidado para importantes festivais literarios pelo mundo.

Narlan MATOS (nar-hlahn MAH-tohs; poet, Brazil; b. 1975, Bahia) is perhaps his country’s most promising poet. Jorge Amado has called him one of the greatest young Brazilian poets. Mr.Matos’s collection Ladies and Gentlemen: the Dawn was awarded the Jorge Amado Foundation Prize, and published by the same institution. The collection No Acampamento Das Sombras (At the Camp of Shadows) won the Xerox Award of Brazilian Literature, the most prestigious university literature award in Brazil. A translator from English and Slovenian, and an invitee to some of Europe’s most important literary festivals, including Druskininkai, Vilenica, and GM Hopkins, he is also editing the complete works of Dr. Duarte, one of the mentors of the “Tropicalia” and “New Cinema” movements. Mr. Matos is participating courtesy of the U.S. State Department.


Fonte

Narlan Matos se apresenta

Bio-bilbiografia


Meu nome é Narlan Matos Teixeira. Nasci em Itaquara, Bahia. Tenho 29 anos. Me formei em Literatura Brasileira, Portuguesa, Irlandesa e Americana pela Universidade Federal da Bahia. Trabalhei como professor de cultura brasileira para a University of California (5 anos, no Education Abroad Program) e para a University of Texas (2 anos, no Education Abroad Program). Em 2002 fui palestrante visitante nas universidades de Berkeley, New Mexico e Iowa, no Museu de Arte Moderna de Washington, D.C e na Embaixada do Brasil, também em Washington.

Atualmente faço mestrado em cultura brasileira na University of New Mexico, onde me concentro em cinema, antropologia e etnomusicologia. O Departamento de Espanhol e Português da UNM é renomado como um dos melhores dos Estados Unidos e tem um dos maiores acervos de cinema e música brasileiros que já conheci. Após o mestrado, pretendo fazer doutorado também em cultura brasileira. Uma grande meta que tenho é ser professor universitário.

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Narlan MATOS

Canção do exílio


Minha terra tem Palmeiras
Onde joga O Guarani
As aves de lá gorgeiam
Bem melhor que as daqui

Nosso céu tem mais Cruzeiros
Nossas várzeas mais flamingo
Nossos bosques têm mais samba
Nossa vida mais Flamengo

Em cismar sozinho à noite
Cá não tem Maracanã
Minha terra tem Esporte
Para o deleite de Pã

Minha terra tem estádios
Para a plebe celebrar
Em cismar – sozinho, à noite –
No Corinthians vou jogar
Minha terra tem estádios
Onde a raça se mistura

Não permita Deus que eu morra
Sem que volte pra geral
Sem que veja a galera
Cozinhando o Brasil
Sem que veja a Fonte Nova
E a torcida do Bahia.




José Godoy Garcia

Bio-bibliografia


José Godoy Garcia nasceu em Jataí (GO), a 03 de junho de 1918. Diplomado em Direito. Mora em Brasília Desde 1956. Em 1998, estará completando 50 ano de Poesia e 80 anos de vida. Fez parte da Comissão de Cooperação para a Mudança da Capital. Manteve sempre uma atuação política de esquerda. Trata-se de um dos poetas mais importantes da Literatura Brasileira, importante lembrar que sua obra merece mais estudos. Incluído em antologias publicadas no exterior e no País. Autor de diversos livros, cabendo destacar: Rio do Sono (1948), O Caminho de Trombas (1966), pela Ed. Civilização Brasileira; Araguaia Mansidão (1972), Aqui é a Terra (1980), pela Editora Civilização Brasileira; O Flautista e o Mundo Sol Verde e Vermelho (1994) e O Aprendiz de Feiticeiro (1997).

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A verdade é que um grito na minha boca.

Godoy


A verdade é que um grito na minha boca
é igual a um grito na boca da noite?
O que é uma palavra descansada?
Haverá sempre no mundo as palavras
descansadas ou haverá ainda outras,
as que não se cansam nunca, as mortas?
As palavras morrem ou são esquecidas?
As palavras que estão no dicionários, elas
estão recuperadas, estão salvas ou apenas
prisioneiras; quem será que tem interesse

na prisão das palavras? As palavras simples
navegarão num mundo complicado com a verve
de sempre ou perderão a compostura?
Haverá, no meio delas, as tontas, as virgens,
as palavras desavergonhadas, as vesgas?

Que pode acontecer com as palavras ocas,
as que estiveram num desastre ou que vivem
nos becos ou nos lupanares imundos, ou as
que esqueceram suas razões, como se bêbadas
e depois da noite sufocante tornaram-se ocas?

Haverá mesmo palavra que tenha em si a fuga
dos sentidos? Haverá, entre elas, uma apenas
que resguardando-se do tédio, pôde ministrar
no silêncio sua dor e sua mentira, para sorrir
na hora H, quando todos estiverem apagados?

As palavras estão no mundo representando
o seu papel, elas estão acovardadas ou não?
Qual é a palavra mais sensata para quando
houver o desastre de avião e tudo ficar em segredo
por falta da caixa preta? Em verdade, existe, sim,

a sensatez das palavras, mas por ora, ninguém ousa.
Não ousando, como se pode agir quando aparecer
na cena um homem sensato, se não temos ordem
de aplicar a palavra exata? Pêsames, é mesmo
a palavra exata? Que palavra mais fina devo dizer

ao morto antes dele morrer? que palavra mais crua
devo dizer ao vivo antes dele me mandar à Merda?
Um trem de ferro chegou, amigo, na estação Soledade.
Que foi que trazia nos seus vagões, o trem de Soledade?
Trazia nos seus vagões os sonetos da “Geração de 45”
.
Ninguém pra receber na estação noturna de Soledade!
As palavras ficaram bem arrumadas, na boquinha, na boquinha!
As palavras arrumadas em nosso Dom Casmurro soneto!
Os vagões estavam resplandecentes! Os vagões de Pêsames!

José Godoy Garcia

Minha mão se fosse a sua minha lembrança
meu corpo se fosse o seu me olhava.
Minha tristeza sua se fosse a minha
minha tristeza me cantava, minha mão
se fosse a nuvem me chovia,
minha carne se fosse a do tigre
me devorava, ela devora, ela,
devora todo dia o meu sonho.
Mas antes, a carne de meu sonho
fica no varal e eu como, meu pé
caminha e sabe bem quem leva,
meu pé leva a Neurália o pó
que apanha nas estradas, um pó
que poderia contar histórias
de meu chão, uma manta de carne
no varal do mundo pra me comer!
O meu sonho no varal fica só osso.